Lula diz que Brasil pode receber iraniana condenada à morte



                               Sakineh Mohammadi Ahstiani foi condenada a ser apedrejada até morrer



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (31) que o Brasil pode abrigar a mulher condenada à morte pelo governo iraniano por ter cometido adultério, informou a Agência Brasil.
- Apelo ao líder supremo do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que permita ao Brasil conceder asilo a esta mulher.
A afirmação do presidente ocorreu durante comício da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, em Curitiba. Lula disse que aprendeu a negociar em sua carreira política e defendeu o diálogo entre as nações em busca da paz mundial.
A ação ocorre dias depois de críticas ao presidente por não atender aos pedidos da campanha Liga, Lula, que recolhe apoio na internet para que o brasileiro ligue para Ahmadinejad e interceda pela iraniana Sakineh Mohammadi Ahstiani, de 43 anos, e mãe de dois filhos, condenada a morrer pelo apedrejamento pelo crime de adultério.
Lula conseguiu em maio um acordo de troca de combustível com o Irã e por isso foi apontado como alguém que poderia conseguir ajuda para a mulher. Ao ser indagado sobre a campanha nesta semana, Lula evitou se unir à iniciativa.
- Tem que ter cuidado; as pessoas têm leis, têm regras. Se começassem a desobedecer às leis deles para atender os pedidos dos presidentes, daqui a pouco haverá uma avacalhação.
Lula também ressaltou na ocasião que não era função do presidente realizar este tipo de ação e destacou como o Brasil ajudou a libertar a professora francesa Clotilde Reiss em
Em 11 de julho, a Justiça iraniana suspendeu temporariamente a condenação. No entanto, o destino da iraniana ainda pode mudar a qualquer momen
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, chegou a ligar antes do anúncio da suspensão provisória da pena para o ministro da mesma pasta do Irã, Manouchehr Mottaki, para tentar convencê-lo de que ir adiante com o apedrejamento de Sakineh apenas iria atrair mais críticas ao Irã.
Ela divulgou uma carta nesta semana dizendo que tem medo de morrer, publicou a rede CNN em seu site neste sábado.
“ O dia no qual eu recebi a sentença de apedrejamento foi como se eu tivesse caído em um buraco profundo e perdido a consciência. Muitas noites, antes de dormir, eu penso como alguém pode se preparar para jogar pedras em mim, em mirar o meu rosto e as minhas mãos”, escreveu a mulher, de acordo com seus advogados.
Sakied recebeu 99 chibatas em 2006 por supostamente ter se relacionado com dois homens e confessou o crime durante a sentença. Ela já havia sido julgada por tentar assassinar o marido, mas foi absolvida, informou o blog The Huffington Post.

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